"Ser marxista é, antes de mais nada, ser anticapitalista, ou seja, lutar pela construção de uma sociedade sem classes, que suprima a exploração do homem pelo homem e a propriedade privada dos grandes meios de produção, criando condições para que as relações entre os homens sejam fundadas na solidariedade e não no egoísmo do mercado. Claro, ser marxista não é repetir acriticamente tudo o que Marx disse. Marx morreu há cerca de 120 anos e muita coisa ocorreu desde então. Mas, sem o método que ele nos legou, é impossível compreender o que ocorre no mundo. Ele nos disse que o capital estava criando um mercado mundial, fonte de crises e iniqüidades, e nunca isso foi tão verdadeiro quanto no capitalismo globalizado de hoje. Falou também em fetichismo da mercadoria, na conversão do mercado num ente fantasmagórico que oculta as relações humanas, e nunca isso se manifestou tão intensamente quanto em nossos dias, quando lemos na imprensa barbaridades do tipo 'o mercado ficou nervoso'." (Carlos Nelson Coutinho)

sábado, 21 de abril de 2012

Stalinismo



Josef Stalin era um revolucionário bolchevique, que chegou ao posto de secretário geral do Partido Comunista Russo(bolchevique) em fevereiro de 1922. Após a morte de Lênin, ocorrida em 21 de janeiro de 1924, ocorreu uma disputa feroz na burocracia do partido para se chegar a um sucessor. Por comandar a estrutura burocratica do partido, Stalin saiu na frente e acabou derrotando todos os seus adversários, assumindo o poder absoluto em 1928. E as políticas que promoveu a partir dai, descaracterizaram o socialismo.

"Mas, já em 1929, (...) Stalin passa a implementar medidas de coletivização forçada da agricultura, apoiadas numa duríssima repressão contra os camponeses. Sabe-se hoje que essa política voluntarista e duramente coercitiva - que o próprio Stalin chamou de "revolução pelo alto" - levou à morte cerca de 10 milhões de camponeses. Por outro lado, a industrialização acelerada promovida pelos famosos planos qüinqüenais, embora tenha tido importantes resultados quantitativos, produziu fome e gerou opressão sobre os trabalhadores urbanos. Conheceu-se assim, na URSS dos anos 30, um período de intensa superexploração da força de trabalho, tanto camponesa quanto operária. Tudo isso levou à construção de um regime de terror na União Soviética: consenso e hegemonia, que ainda tinham alguma presença na sociedade soviética dos anos 20, cederam definitivamente lugar à coerção e ao despotismo." (Carlos Nelson Coutinho; em "Atualidade de Gramsci") 


Stalin eliminou toda a "velha guarda" bolchevique, assim como mandou executar milhões de pessoas, acusadas injustamente de ter cometido "crimes contra o povo". E pior, chegou a colaborar com a Alemanha nazista no começo da Segunda Guerra Mundial, após ter assinado um pacto de não agressão com eles. Como resultado, partilhou o território da Polónia com os alemães, além de ter anexado as repúblicas bálticas. Essa traição a causa socialista só chegou ao fim em junho de 1941, quando Hitler violou o pacto de não agressão, atacando a URSS.

Foi graças a heróica resistência do povo soviético que os alemães foram derrotados. Após expulsar os agressores nazistas, os soviéticos avançaram pelo leste europeu, libertando Polónia, Hungria, Romênia, Bulgaria, Iuguslávia, e Checoslováquia. Em 1945, o Exército Vermelho invadiu a Alemanha, e as tropas soviéticas tomaram Berlim em 2 de maio de 1945. Cinco dias depois, os alemães se renderam.

Com a vitória na Segunda Guerra Mundial, os soviéticos implantaram regimes socialistas nos países do leste europeu, na verdade ditaduras stalinistas, que transformaram a região em uma espécie de "quintal da URSS".

Stalin morreu em 5 de março de 1953.

"O stalinismo foi a maior tragédia do povo russo e de todo o povo do Leste Europeu, afora as guerras. Não podemos mais ter receio de afirmar isso. Havia um temor de que isso parecesse diminuir o mérito da resistência do povo soviético ao nazismo. Não diminui. Os vestígios de stalinismo, indícios que sejam, são nefastos, atentados a qualquer idéia de vida democrática." (Emiliano José; O stalinismo e sua trágica herança)

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